A CONFECOOP participou no passado dia 15 de Julho, em Grândola, no
lançamento de um novo programa habitacional cooperativo, de 32 fogos,
projetado pela HABIGRÂNDOLA. A Organização do evento aproveitou para evocar
o 95º dia internacional das cooperativas da ACI – Aliança Cooperativa
Internacional, sublinhando o lema ” as cooperativas asseguram que ninguém é
deixado para trás”.
O Presidente da Direção, Prof. Rogério Cação, salientou a importância da
iniciativa e felicitou a HABIGRÂNDOLA e a FENACHE (Federação Nacional de
Cooperativas de Habitação Económica) por mais este grande investimento que é
colocado ao servido das pessoas, sublinhando a importância de continuarmos a
dar a conhecer o modelo cooperativo, “o que é uma cooperativa” e a
importância das mesmas como “resposta de proximidade, com as pessoas e ao
lado das pessoas”. Na sua intervenção reforçou o facto de as “cooperativas
colocarem sempre as pessoas como prioridade”, no entanto, apontou como
fragilidade do próprio movimento cooperativo o facto de continuarmos assumir
um discurso “virado para dentro e em circulo fechado, com dificuldade de
renovação e rejuvenescimento dos intervenientes e particularmente dos
discursos.” Para o dirigente da Confederação a formação e a educação
cooperativa deverão ser um investimento prioritário, pois, constatamos “a
fraca mobilização dos jovens, mesmo com a existência de programas
específicos, tal como o COOPJOVEM, mas constatamos que contínua a faltar
gente nova.”
Um dos outros pontos apresentados para reflexão pelo Presidente da Direção
da CONFECOOP, prende-se com o deficit de intercooperação que tende a
persistir. Segundo o mesmo, “´e importante perceber que “as cooperativas
cooperam entre si, mas assumimos que é pouco”.
Abordou ainda, o papel central das cooperativas no universo das famílias que
integram a economia social, no entanto, “não podemos ficar indiferentes,
perante os discursos políticos que enfatizam muito o papel das cooperativas
e da economia social, mas na paxis a distância é grande”, dando como exemplo
a diminuição dos benefícios fiscais constitucionalmente previstos, ou as
“dificuldades que as cooperativas são regularmente confrontadas no acesso ao
financiamento comunitário, comparativamente às condições disponibilizadas às
empresas de capital”.
Por último, e a título de conclusão final da sua intervenção, salientou que
as “cooperativas assumem a inclusão no espaço da economia social, com uma
participação e envolvimento muito sério na constituição da Confederação
Portuguesa da Economia Social e na organização do Congresso Nacional da
Economia Social”, no entanto, considera fundamental afirmar que devemos
percorrer esse caminho, mas, “sem nunca as cooperativas perderem de vista as
suas particularidades e a sua identidade como cooperativas” .